#MaioAmarelo chama atenção para o trânsito

As estatísticas não mentem: o motorista precisa de educação no trânsito. Dados publicados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), demonstraram que, em maio de 2016, o número de mortes por habitantes no trânsito no Brasil ficou em 23,4 para cada 100 mil habitantes. Em quarto lugar, o país ficou atrás apenas de Belize, República Dominicana e Venezuela, que liderou o ranking com 45,1 mortes para cada 100 mil habitantes.
Nesta semana, a OMS divulgou novos dados nos quais o trânsito se tornou, novamente, o protagonista negativo. A pesquisa identificou as principais causas de morte entre os adolescentes 10 a 19 anos em 2015, e os acidentes de trânsito ficaram em primeiro lugar, com mais de 115 mil mortes. Os dados, coletados nos países em desenvolvimento, principalmente no sudeste da Ásia e no continente africano, apontaram infecções respiratórias, suicídios, doenças diarreicas e afogamentos como as demais causas. A segunda colocada, infecções respiratórias, no entanto havia causado 72.655 mortes, o equivalente a apenas 63% do número de mortes causadas por acidentes.
Você mesmo já deve ter passado por alguma situação de tensão no trânsito, seja um esbarrão ou algo mais sério, ou mesmo presenciando um acidente com terceiros. E para chamar a atenção sobre o tema, o Poder Público e a sociedade civil organizada lançaram o Movimento Maio Amarelo. O objetivo, é claro, é trazer à tona esses dados para provocar cada vez mais a conscientização dos motoristas sobre seu comportamento no trânsito.
Década de ações para a segurança no trânsito
O movimento é decorrente da “Década de Ações para a Segurança no Trânsito”, lançada em março de 2010 pela Assembleia-Geral das Nações Unidas, que definiu o período de 2011 a 2020 para voltar as atenções para as estatísticas e ações preventivas no trânsito. A resolução tem como base um estudo feito pela OMS que apontou cerca de 1,3 milhão de mortes e 50 milhões de sobreviventes com sequelas, em 178 no ano de 2009.
A estimativa na época era de que, em 2020, 1,9 milhão de pessoas viessem a morrer no trânsito. Em 2030 esse número subiria ainda mais, para 2,4 milhões, se nada fosse feito. Entre os sobreviventes, de 20 a 50 milhões de pessoas, sairiam com sequelas dos acidentes, se as devidas medidas preventivas não fossem tomadas.
O Movimento Maio Amarelo funciona como uma alavanca, que visa promover essa conscientização com ainda mais força nesse período, principalmente para combater as principais causas de acidentes, que ainda são dirigir embriagado, acima dos limites de velocidade, não usar capacete, não usar o cinto de segurança e não usar a cadeirinha. Os principais avanços acontecem em países cujas leis estão focadas nestes comportamentos.
A intenção do Maio Amarelo é de que empresas e organizações – governamentais ou não – possam se apropriar da identidade visual do movimento, para fortalecê-lo e promover a conscientização para a prevenção dos acidentes entre seus funcionários e clientes, humanizando a campanha e dando ainda mais abrangência.
Infelizmente, o Brasil ainda aparece em quinto lugar, atrás apenas da Índia, China, EUA e Rússia, como recordista em mortes no trânsito. Juntos dos países Irã, México, Indonésia, África do Sul e Egito, formam os dez países com mais acidentes, representando 62% das mortes por acidente no trânsito no mundo, anualmente. Que tal fazer uma autoanálise nesse momento? É simples: responda como é o seu comportamento no trânsito, e você vai saber se está contribuindo para a melhoria destes dados, ou para a sua manutenção. A conscientização começa com as atitudes de cada um. Afinal, a sua escolha faz a diferença.